sábado, 5 de abril de 2014



PEIXES: "Navegar é preciso"

Um ciclo se encerra - algo se extingue ao mesmo tempo em que se pressente o nascimento de algo novo. O navio que singra os mares vastos é símbolo também desse signo, o último da série do zodíaco. É preciso partir, embora não se possa enxergar com clareza o rumo a ser seguido. Não faz mal: os Peixes sempre sabem para onde se deve navegar. È este o signo que escuta os rumores do infinito, que segue o pressentimento, chegando humilde no porto -e sem fazer alarde, dá exemplo de grande misericórdia. Nesse navio, sempre cabe mais um, porque todos podem ser salvos, aliás, todos serão salvos.
O tema da salvação e da perdição, a figura do santo e do louco, ambos fazem parte do simbolismo de Peixes, que está sempre na fronteira de dois mundos. Aqui, se aprende que tudo termina no mar - o oceano recebe todas as águas, todos os detritos da civilização também. Sem julgar, ele recebe o que já útil, tragando em suas águas as memórias de centenas de histórias extintas. Para cumprir essa tarefa de extrema compaixão por todas as formas de vida, Peixes é maleável, versátil.
É um signo mutável, realmente. Segue com os ventos, que empurram as velas do navio. Isso Talvez seja esse o mistério que Peixes evoca por onde passa. Mas ele não fala, apenas acolhe, mistura todas as pessoas na festa e ela vira um sucesso. Antenado no infinito ele sabe presentear como ninguém - com seu ar distraído, pisando as estrelas, vai captando o que é impalpável, o que não se exibe com clareza - e depois, surge com o presente que fala direto ao coração de alguém. Mas exatamente por esta capacidade, peixes carrega, vez por outra, os detritos da humanidade, na forma de sentimentos e emoções alheias que vão se juntando ao seu sentimento.
Por vezes, a carga deste mundo é tão pesada que ele entende o que Cristo (cujo símbolo era um peixes, aliás), queria dizer quando falava "meu reino não é deste mundo". O reino de Peixes é o da arte, da música, da poesia, dos espaços siderais também. Viajante eterno, andarilho dos caminhos santos, pescador de almas perdidas, parece ter uma conexão direta com o reino imaterial, com as impressões e imagens. Daí usa a sua maravilhosa imaginação e seu enorme poder de sentir os espaços.
Em Peixes, tudo é grande, vasto, infinito. Tanto que, no reino animal o signo rege as baleias e os grandes seres do oceano, assim como os elefantes, que caminham sobre a terra. No desespero, Peixes se perde, já não sabe mais o caminho - desconhece quem é, se desintegra nas mil dores da humanidade e de toda a criação. Alma sensível, sabedoria inata, não quer convencer ninguém, talvez porque entenda tudo.
No fundo, perdoa a todos - e se não fizer um esforço para discriminar muito bem o que vive, acaba se fazendo mal. Peixes tende ao escapismo, pois como este não é bem seu mundo, ou tem dificuldade em encontrar um lugar claro para si nas esferas ordenadas da sociedade, termina muitas vezes optando por doar sua simpatia e amor ao que nada tem. É no hospital, no orfanato, no asilo que o Peixes está presente, fazendo as vezes de anunciador de um novo ciclo, barqueiro que ajuda a alcançar uma outra margem do rio.
Com os olhos no horizonte largo, os Peixes se destacam nas profissões relacionadas com as relações exteriores, com o comércio de longo alcance, e falam pela música, dança e pela poesia. Os Peixes também estão nos laboratórios de física, estudando os segundos iniciais da criação do universo. Cosmologia é seu tema natural. Alguns se voltam para a fé, outros para a física. Ambos convergem para o mistério do espaço. E por ele, fazem mágica - não se importam em terminar nada, porque sua função é esboçar, anunciar, delinear - outros virão no futuro para dar forma acabada ao que anunciaram.
Ao generoso Peixes, só cabe anunciar o sentido ou perguntar-se sobre ele.
Toda essa mistura de fantasia, pressentimento, docilidade e sabedoria termina compondo um ser atraente e misterioso. Romântico como ele só, cheio de lirismo, envolve quem ama com mil pequenas surpresas - e muitas vezes escolhe mal seu parceiro, para depois sofrer - Peixes tem uma pequena queda para o sofrimento.
No amor, usa e abusa de seu poder de descobrir o que não é revelado - mas não para controlar, mas para ter um encontro de alma mais profundo e completo. Por ser instável como o oceano, curioso e explorador, pode não se adaptar muito bem à vida do casamento, embora seja um dos amantes mais devotados do zodíaco.
Os Peixes regem os pés, que carregam todo o peso do corpo, limite mais humilde - e fundamental, pois são eles que nos carregam para toda parte. Sem prestar muita atenção onde coloca os pés, Peixes de tempos em tempos é lembrado de sua conexão com a terra por meio de afecções nessa parte do corpo. Aos poucos, sua alma antiga vai aprendendo que também é preciso manter os pés na terra para poder continuar anunciando o mundo que pressente. Além disso, Peixes tem relação com o sistema linfático - um dos sistemas que carrega líquidos por nosso corpo - e o centro de energia (chakra) da coroa, por onde os orientais dizem entrar a energia do universo.

Planetas em Peixes
O planeta regente deste signo é Júpiter noturno, tradicionalmente, pois preside a misericórdia e a compreensão que não julga nem procura avaliar com a razão, mas sim procurando a paz e o sentido de todas as experiências. Também simboliza a compreensão e aceitação sabias em oposição a Mercúrio, símbolo do raciocínio e da engenhosidade mental, que rege o signo oposto, Virgem.
Qualquer planeta no signo de Peixes se manifesta com suavidade, ampliação de espaços e intuição. Os planetas adquirem maleabilidade, suavidade, algumas vezes dispersão. Expansão e dissolução de limites são seus modos de atuar.

Qualidade Frio e Úmido (Água) - baixa energia e grande capacidade para juntar e conectar
Natureza passivo, feminino, noturno, par
Polaridade negativo
Regente Júpiter (tradicional) e Netuno (moderno)
Cores azul-mar, verde-azulado, cinza-esverdeado, tons iridescentes
Corpo pés, sistema linfático
Palavras-chave compaixão, emoção, infinito, intuição, romantismo, altruísmo, devoção, piedade, escapismo, caos, fantasia, poesia, religiosidade, dissolução dos limites, mundo alternativo.

Ascendente em Peixes
Carisma, lirismo, magnetismo, em dose dupla, cirando um ser original em sua expressão no mundo, tudo depende da natureza de Júpiter, pois a pessoa é muito plástica, intuitiva, pode ser a fonte de luz ou o portador do caos, ou ambos, de acordo com o ciclo em que está. Dons paranormais podem estar presentes. A musica e a dança, mesmo não sendo opções profissionais, canalizam a recepção de ondas coletivas de maneira criativa e construtiva, protegendo o psiquismo da pessoa. No amor, é tudo ou nada, a instabilidade caótica se une a um desejo de complementação intenso. Essas conotações se acentuam ainda mais, dependendo da posição de Júpiter, o planeta regente, e de seu estado cósmico no dia de nascimento, que domina o mapa.

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